Vamos celebrar os 125 anos da Confiança no próximo sábado. Há música, conversas e bolo

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Este sábado assinala-se o 125.º aniversário da Saboaria e Perfumaria Confiança, em Braga. É uma oportunidade para celebrar a data com os bracarenses, mas também juntar ex-trabalhadores da Fábrica Confiança, assim como os apoiantes do projecto de transformação do edifício municipal num novo centro cívico e cultural de Braga. Estão previstas várias actividades a partir das 16h30.

A Plataforma Salvar a Fábrica Confiança preparou um programa para o próximo sábado à tarde que pretende ser uma celebração da data, mas também da reivindicação do futuro do edifício como espaço cultural e cívico aberto a toda a população. Foi já endereçado à Câmara Municipal de Braga um pedido para que a abertura do edifício para que no sábado possa ser realizada uma visita guiada ao espaço industrial. A partir das 16h30 estão previstas, no exterior da Fábrica Confiança, conversas com antigos trabalhadores, actividades para crianças, música e um bolo com dois metros. Nesse sentido a Plataforma solicita apoio na divulgação do apelo a todos os trabalhadores, ex-trabalhadores e familiares de antigos trabalhadores para que contactem a Plataforma (salvarafabricaconfianca@gmail.com ou www.facebook.com/emdefesadaconfianca).

A iniciativa é da responsabilidade da Plataforma Salvar a Fábrica Confiança, grupo que congrega 21 associações culturais, cívicas e ambientais de Braga que defendem a abertura do edifício municipal ao público. A Quercus Braga foi a mais recente associação a juntar-se à Plataforma. A manutenção do edifício histórico na esfera pública tem tido amplo consenso. Em Julho, a Assembleia da República aprovou uma recomendação, sem qualquer voto contra, que pedia ao Governo que acelerasse a classificação patrimonial do edifício, assim como encetasse “diligências junto da Câmara Municipal de Braga, no sentido de ser analisada a possibilidade de obtenção de fundos europeus para a reabilitação do edifício da Fábrica de Saboaria e Perfumaria Confiança, com vista à sua protecção e valorização e eventual instalação de projectos culturais e museológicos que sustentem e garantam a sua preservação na esfera pública”. Votaram a favor os deputados do PS, BE, PCP, PEV e PAN. Os deputados do PSD e do CDS abstiveram-se.

Também em Julho as associações que integram a Plataforma Salvar a Fábrica Confiança manifestaram a disponibilidade para assumir a gestão da Fábrica Confiança como Centro Cívico e Cultural (Confiança CCC) sem encargos para o Município. O projecto Confiança CCC abrange áreas artísticas como a fotografia, dança, teatro, música, cinema, artes plásticas, intervenção cívica e comunitária e de defesa do património e do ambiente. A primeira iniciativa que as associações que se propuseram realizar na Fábrica Confiança foi uma exposição no âmbito dos Encontros de Imagem, em Setembro, seguindo-se, em Outubro, o 125º Aniversário. A Câmara de Braga, proprietária do edifício, ainda não se pronunciou formalmente sobre o projecto apresentado.

A história do último exemplar bracarense da industrialização do séc. XIX

A Saboaria e Perfumaria Confiança foi fundada na cidade de Braga, em 12 de Outubro de 1894, pela empresa Afonso, Almeida e Cª. Especializada no fabrico de sabão offenbach, a Confiança apresentava, cerca de 1930, uma grande variedade de produtos de cosmética e cerca de 150 marcas diferentes de sabonetes.

A fábrica funcionou entre 1894 e 2005 na Rua Nova de Santa Cruz. Nos seus primeiros anos laborava numa oficina térrea que foi sofrendo sucessivos acrescentos. No início da década de 20 do século XX foi projectada a construção de um novo edifício que veio tomar o lugar de todos os prédios que a empresa possuía naquele local. O projecto, de autoria de José da C. Villaça, possibilitou a construção de um edifício cuja fachada seria construída virada a sul num comprimento superior a 70 metros. Este edifício, ainda existente, é popularmente designado por Fábrica Confiança. É o único edifício que denota o processo de industrialização da cidade de Braga dos finais do século XIX e inícios do século XX que ainda se mantém de pé.

Ao longo da sua actividade neste edifício, para além do parque industrial, a Confiança criou nas suas instalações uma série de infra-estruturas e de serviços para os operários e operárias, nomeadamente um consultório médico, uma cozinha, um refeitório, garagens e oficina, uma carpintaria, uma oficina tipográfica (onde se produziam rótulos e embalagens para os seus produtos), uma oficina de costura, uma creche para crianças até aos cinco anos de idade, uma mercearia, uma biblioteca, um salão de festas, uma sala de teatro equipada com máquina de projecção de cinema, um núcleo de futebol, um logradouro com esplanada, um jardim com árvores e, inclusivamente, um campo de cultivo (conhecido como “bolsa”) com animais de gado.

A produção da Confiança mudou progressivamente para uma unidade fabril à Zona Industrial da Sobreposta (Braga), abandonando em definitivo o seu edifício histórico em 2005. Adquirida pela Ach. Brito em 2008, a marca Confiança continua no mercado do luxo graças à recuperação de embalagens antigas de charme retro.

Comunicado enviado à imprensa

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