A audição da Plataforma Salvar a Fábrica Confiança pela Comissão Parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, presidida pela deputada Edite Estrela, decorreu esta segunda-feira no Fórum Braga. Neste encontro, a Plataforma defendeu, em primeiro lugar, que a Fábrica Confiança é essencial à memória coletiva de Braga e do País. Somente a manutenção na esfera pública da Fábrica Confiança permitirá preservar o património único que a fábrica representa, assegurando a transmissão entre gerações do último testemunho do passado industrial da cidade.
Em segundo lugar, a Plataforma sustentou que o Município de Braga deve, enquanto entidade proprietária, zelar pelo edifício garantindo a limpeza e conservação mínimas, impedindo a sua progressiva degradação tal como a própria Câmara exige aos proprietários privados. Deve ainda cessar a utilização do complexo industrial (interior e exterior) como depósito de todo o tipo de entulho que causam mais desgaste num conjunto sensível do ponto de vista patrimonial e arqueológico.
Por fim, a Plataforma, relembrando diversos eventos culturais realizados na Confiança, defendeu que perante o desinteresse do atual executivo na dinamização do imóvel, a sua gestão deve ser entregue a outra entidade que assegure um destino cultural público, sugerindo a título de exemplo a Junta de Freguesia de S. Vítor, autarquia empenhada há mais de uma década na preservação deste imóvel.
A Plataforma sugeriu ainda que a Assembleia da República considere uma alteração legislativa ao Regime Jurídico do Património Imobiliário Público que clarifique e estenda os princípios gerais aí consagrados para os imóveis do Estado ao património das Autarquias Locais.