A Associação Profissional de Arqueólogos (APA) decidiu, em assembleia geral, apresentar uma recomendação à Câmara Municipal de Braga a propósito da Fábrica Confiança.
“À excepção da Fábrica Confiança, todos os edifícios das fábricas que constituíram a história industrial da cidade foram demolidos durante a década de 80 do século XX período infelizmente marcado na cidade de Braga pela destruição não só deste valioso Património Industrial como também de vasto e valioso Património Arqueológico. Acresce, ao valor relativo ao património arqueo-industrial deste imóvel, o potencial valor arqueológico que se encerra no subsolo da Fábrica nomeadamente vestígios relacionados com o traçado da Via XVII”, refere a APA. É neste contexto que a APA recomenda:
1. Ponderação prévia do o interesse arqueológico do imóvel justificando-se na verdade, trabalhos minuciosos tanto no âmbito da Arqueologia Industrial (incluindo escavações) como no quadro da Arqueologia Clássica.
2. Que a Secção do Património Arquitectónico e Arqueológico do Conselho Nacional da Cultura que recentemente deliberou a abertura do procedimento para a classificação da Fábrica Confiança, proceda à sua classificação urgente como Imóvel de Interesse Público.
3. Respeito pelas recomendação das Cartas e Convenções Internacionais relativas ao Património Industrial, nomeadamente a Carta de Nizhny Tagil e os Princípios de Dublin. Estes documentos dizem que a “a conservação do património industrial depende da preservação da sua integridade funcional, e as intervenções realizadas num sítio industrial devem, tanto quanto possível, visar a manutenção desta integridade” e que a “conservação in situ deve considerar-se sempre como prioritária. O desmantelamento e a deslocação de um edifício ou de uma estrutura só serão aceitáveis se a sua destruição for exigida por imperiosas necessidades sociais ou económicas”.
Salvar a Fábrica Confiança 