A edição do mês no Novembro do boletim “Património Industrial” destaca, ao longo de 40 páginas, o caso da Fábrica Confiança.
A publicação, que é responsabilidade da Associação Portuguesa de Património Industrial, representante em Portugal da The International Committe for the Conservation of Industrial Heritage, é considerada uma referência entre os académicos, estudiosos e defensores do património industrial em Portugal.
A publicação recorda todos os passos de luta da sociedade civil de Braga pela manutenção do edifício na esfera municipal e pede que o mesmo seja transformado num pólo cultural/social aberto a toda a cidade.
As recentes queixas apresentadas à UNESCO e ao Conselho da Europa, uma manifestação de defesa da Confiança, que reuniu mais de cem pessoas, uma denúncia de “desleixo da Câmara de Braga” em relação à salvaguarda da Via Romana XVII que atravessa o recinto da fábrica ou a adesão do presidente da “Ordem dos Arquitectos” à já apelidada de “causa da Confiança”, são alguns dos episódios apresentados na publicação.
“Quem vê a Rua Nova de Santa Cruz, hoje em dia, não a imagina sem os inúmeros prédios com vários metros de altura e cores distintas. Não imagina também que o antigo prédio n.º 17 ocupa aquele mesmo lugar há quase 100 anos. É um dos mais antigos – se não o mais antigo – edifícios da rua. Nascido de uma pequena oficina tornou-se uma espécie de ex-libris da cidade”, refere a publicação.
“A fábrica chegou a ser a maior de Braga”, diz Nuno Coelho que dedicou vários anos ao estudo do material gráfico da empresa dando origem à sua tese de doutoramento. “Foi a segunda saboaria da Península Ibérica e houve um tempo em que foi a número um de Portugal”, recorda um dos textos que consta da edição da Património Industrial.
A Plataforma Salvar a Fábrica Confiança congrega 19 instituições e agentes culturais que estão contra a venda da Confiança em Braga a privados.